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Milton Viário

Publicado em 13.11.08   |   Crise Financeira Internacional

Os trabalhadores não pagarão a conta

A solução para a crise é política, disse o presidente LULA, que conclamou os sindicalistas de todos os países a apresentarem propostas (ZH - 12/11/08) e que já havia dito “é muito importante que os governantes do mundo tenham clareza de que a gente não pode apenas colocar dinheiro para salvar o sistema financeiro sem nos preocuparmos em garantir que aqueles que não são culpados, mas são vítimas da crise, paguem o preço mais alto. São os trabalhadores do mundo inteiro” (Jornal Hoje - 11/12/08). Os trabalhadores metalúrgicos do Rio Grande do Sul têm a mesma opinião e já vêm questionando quem vai pagar a conta desta crise internacional? Os trabalhadores não pagarão esta conta reduzindo seus direito.

Diante desta nova ameaça que ronda os trabalhadores, a categoria dos metalúrgicos do RS já está se mobilizando e se prepara para os possíveis resultados negativos deste processo. A Federação dos Metalúrgicos RS vem acompanhando os desdobramentos da crise e já realizou uma primeira reunião com seus dirigentes sindicais – 28 sindicatos filiados no Estado -, com a participação do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – Dieese.
Segundo o Diesse é importante a vigilância dos trabalhadores e a busca de informações, para evitar que se salvem os banqueiros e os especuladores e a classe assalariada fique sozinha para pagar a conta.

Quais os riscos decorrentes desta crise? Isto é o que precisamos saber. É preciso abrir um amplo debate nacional, capaz de criar uma ambiente de discussão real, que possibilite definir duas coisas: conhecimento profundo sobre a crise e de que forma o Brasil vai reagir frente a ela. A sociedade tem o direito de se apropriar destas informações, para que possa pensar caminhos e reagir de acordo com seus interesses.

Este é o momento para corrigir o modelo econômico, com controle sobre o sistema financeiro e redução das taxas de juros. E também para medidas sociais, que devam distribuir os avanços tecnológicos e os ganhos da produtividade. É hora de reduzir a jornada de trabalho sem redução salarial e de promover uma forte redistribuição da renda nacional.

Se a crise for de grandes profundidades, igual à de 1929, não adiantam medidas paliativas. Nesse caso, temos de ser mais enérgicos e fazer como o Brasil em 1930, que reagiu de forma profunda e fez com que deixasse o agronegócio e entrasse na era industrial. Serão necessárias medidas de fôlego, mas sempre cuidando para garantir os investimentos sociais.

Esta caixa preta da crise precisa ser aberta, com firmeza e de forma adequada, podendo se constituir a partir da criação de um fórum, como o Fórum Nacional do Trabalho ou de outro formato semelhante.

OBS: publicado no jornal Zero Hora de 13/11/08

Observação: Todos os textos aqui publicados são de inteira responsabilidade de seus autores.
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