Ministério Público do Trabalho pede a anulação das demissões da Intecnial


O procurador Roger Villarinho, do Ministério Público do Trabalho de Passo Fundo, ajuizou nesta terça (24) ação civil pública para que seja decretada a nulidade das demissões de mais de 100 trabalhadores da Intecnial. Do total de demitidos, 99 são metalúrgicos. As demissões ocorreram nos dias 13 e 16 deste mês. Um dia depois a empresa protocolou o pedido de recuperação judicial na justiça.

No pedido de anulação o procurador considerou que a empresa não negociou as demissões com o Sindicato, o que é previsto em lei em caso de demissões coletivas. O presidente do Sindicato, Fábio Adamczuk, disse que os metalúrgicos não foram comunicados da intenção da empresa em pedir a recuperação judicial. “Nas cartas de demissão constava a data para o recebimento das verbas rescisórias. Agora sabemos que a situação dos trabalhadores foi ainda mais agravada”, disse.

Entre os que perderam o emprego há metalúrgicos com mais de 20 anos de empresa, que estão com pelo menos dois meses de salário atrasado e que ainda não receberam o pagamento das férias do início do ano e que agora não tem garantia de receber imediatamente o pagamento da rescisão. O pedido de Recuperação Judicial adia o pagamento de todas as dívidas da empresa, inclusive trabalhistas.

A Intecnial atua nas áreas do agronegócio, energia e logística. Tem 1.700 funcionários. Destes, 800 trabalham em Erechim e os demais em obras espalhadas por todo o país. O atraso no pagamento dos salários acontece a pelos menos um ano.

Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de Erechim