Mulheres metalúrgicas de todo o RS iniciam jornada de formação


A atividade faz parte do calendário alusivo ao Dia Internacional da Mulher, da FTM-RS

Dezenas de mulheres metalúrgicas de todas as regiões do estado participaram do seminário estadual do Coletivo das Mulheres da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do RS (FTM-RS), realizado ontem (4), na sede da entidade. Com a coordenação da educadora popular e militante do MTD, Lurdes Santin, o encontro inicia uma série de seminários formativos com as mulheres, que irá trabalhar com a cartilha “Resistir na luta ousar na organização”.

Ao apresentar o material, Lurdes ressaltou que “a cartilha tem como objetivo servir de ferramenta e inspiração para que as mulheres se encontrem, debatem e trilhem novos caminhos”.

Com citações de diversas mulheres de importância histórica, a cartilha abre com uma frase da filósofa francesa Simone de Beauvoir que diz “nunca se esqueça que basta uma crise política, econômica ou religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados. Esses direitos não são permanentes. Você terá que manter-se vigilante durante toda a sua vida.”

Segundo ela, não basta ocuparmos os espaços, as mulheres precisam discutir e criar políticas. “Há quem pense que ter mulheres nas direções resolve o problema, mas não. As dirigentes precisam ter condições de trabalhar, não só para as mulheres, mas toda a categoria", acredita ela. Por isso, a ideia é de que as dirigentes levem o aprendizado para outras mulheres.

A construção histórica de lutas e do movimento feminista e as lutas coletivas e conquistas das mulheres na legislação brasileira são os assuntos que abrem a cartilha e foram debatidos neste primeiro encontro. Para Lurdes, é muito importante celebramos e registrar as conquistas das trabalhadoras.

“Isso valoriza a nossa luta. E também é importante conhecermos os nossos direitos, na Constituição, na legislação, nas Convenções Coletivas, pois com isso orientamos melhor as nossas companheiras no local de trabalho”, sugere.

Na parte da tarde, as metalúrgicas compartilharam experiências e dificuldades que enfrentam nas diretorias que integram e nos locais de trabalho. E construíram uma pauta mínima de reivindicações com o objetivo de criar na Convenção Coletiva de Trabalho, um capítulo sobre os direitos das mulheres.

A jornada de lutas para marcar o Dia Internacional da Mulher também foi discutida. Durante a semana, de 9 a 13, será feita uma grande mobilização nos sindicatos de metalúrgicos com panfleteações nas empresas de diversas regiões do estado.

Em breve, a data do próximo encontro será divulgada.

Fonte: FTM-RS