Metalúrgicos debatem reforma tributária com setor de Máquinas e equipamentos


Dirigentes da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT) se reuniram na última quinta-feira (18) com representantes da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) e da academia para debater a reforma tributária no Brasil. O encontro foi realizado de forma virtual e contou com a participação também de técnicos do DIEESE e diretores da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos da Força Sindical (CNTM).

A Reforma Tributária é um dos temas discutidos pelo governo Lula, o movimento sindical tem acompanhado de perto e quer levar ao Ministério da Fazendo suas propostas, que sejam construídas de maneira coletiva e que sejam boas para todo mundo, trabalhador, empresário e governo.

O secretário de Formação Sindical do Sindicato dos Metalúrgicos de Joinville, Cleverson Valdir de Oliveira, esteve no encontro e avaliou a conversa com a Abimaq como positiva.

“Existe um consenso entre o movimento sindical e a ABIMAQ em continuar esses diálogos e já marcamos um novo encontro para daqui há dois meses, em julho, para aprofundar o conhecimento principalmente sobre as duas PECs, a PEC 45/2019 e a PEC/2019, que tratam da reforma tributária”, conta o dirigente.

Segundo Oliveira, os sindicalistas também se colocaram à disposição da entidade patronal para ir à Brasília levar a pauta ao governo federal, usando o canal de diálogo aberto com o ministério da Fazenda. “Queremos que não só os trabalhadores da indústria mas também de outras áreas sejam beneficiados pela reforma tributária”.

Reunião

Na abertura do encontro, os representantes da ABIMAQ falaram sobre o atual sistema tributário brasileiro que, na opinião deles, possui muitos problemas e precisa ser alterado.

Em seguida, o professor do departamento de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Edson Paulo Domingues, apresentou estudo feito em conjunto com a subsecretária de Política Fiscal da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Débora Freire Cardoso, sobre os impactos macro setorial e distributivo da reforma da previdência, traçando cenários, a partir do modelo do estudo, sobre o efeito de mudanças na estrutura tributária sobre vários setores econômicos, chegando até como isso chegaria no bolso do trabalhador.

Os sindicalistas e técnicos do DIEESE depois questionaram o professor sobre os motivos da proposta atual de reforma tributária ainda não ter alcançado seu potencial para fazer justiça tributária, como, por exemplo, tributar mais quem possui alto patrimônio e renda passiva.

Debate é contínuo

Segundo a economista da subseção do Dieese na CNM/CUT, Renata Filgueiras, que também esteve na reunião virtual, o movimento sindical participa de uma série de debates sobre a reforma tributária e avalia como positiva a criação de um imposto do tipo IVA (Imposto sobre Valor Agregado).

“Mas isso desde que desafogue o setor produtivo manufatureiro, que tribute adequadamente os setores agropecuário e financeiro, que crie mecanismo de desenvolvimento regional sem com isso promover uma guerra fiscal, que elimine a cumulatividade da tributação”, explica a técnica do Dieese.

Ela reforça que ainda é necessário aprofundar a discussão sobre o assunto para construir consensos em torno de alguns pontos importantes ainda não conversados.

“É importante destacar a diretriz elaborada pelas centrais sindicais, presente na Pauta da Classe trabalhadora, que diz: reformar o sistema tributário e orientá-lo pela capacidade contributiva de cada brasileiro; pela progressividade dos impostos; pela revisão dos impostos de consumo e dos impostos sobre renda e patrimônio, aumento da tributação sobre grandes heranças e riquezas, lucros e dividendos”, finaliza Renata.

Fonte: CNM/CUT