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29.10.11   |   Geral 2011

Metalúrgicos discutem a desindustrialização

Vívian Gamba

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A desindustrialização foi tema do seminário que reuniu metalúrgicos de todo o Estado nesta quinta-feira, em Porto Alegre, na sede do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas de Triunfo (Sindipolo). O presidente da Federação dos Metalúrgicos do Rio Grande do Sul, Flávio José Fontana de Souza, afirmou que as empresas estão vivendo uma “nova era” e que os trabalhadores já percebem as consequências dessas mudanças. “As empresas querem mais lucro e trabalham cada vez com menos pessoas. Estão virando montadoras. E aquelas que produzem têm sido penalizadas pela política das grandes empresas. Por isso vamos abrir esse debate e esclarecer dúvidas”, declarou.
O técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos (Dieese) Rafael Serrao explicou que duas são as evidências da desindustrialização no país: “a perda de participação da indústria de transformação no PIB (Produto Interno Bruto) nacional e a perda de participação do emprego nesse segmento”. Ele apontou a baixa taxa de câmbio e a alta taxa de juros como problemas para o desenvolvimento industrial, já que o dólar baixo facilita a entrada de produtos importados no país e a Selic, atualmente em 11,5%, ainda não estimula o empresário a investir na produção.
“Há um descompasso entre o desenvolvimento do comércio varejista e a indústria”, afirmou Serrao, ao apontar, no gráfico chamado “boca de jacaré”, que os segmentos que cresciam juntos até alguns anos atrás. Hoje a indústria cresce, mas a passos mais lentos que o setor se serviços, e essa lacuna na demanda é suprida pelos produtos importados. A produção de veículos é um exemplo desse crescimento: nos sete primeiros meses de 2011 teve alta de 4,4% em relação ao mesmo período do ano passado, quando já havia sido registrada produção recorde de 2,34 bilhões de veículos, de acordo com dados da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos (Anfavea).
“Vemos um aumento de demanda no mercado interno, desenvolvimento da indústria e aumento das vendas, mas a importação cresce em ritmo maior”, alegou. Somente em 2011 foram importados 531 mil veículos, 35% a mais do que o ano passado, conforme dados da Anfavea. Os eletroeletrônicos são outro exemplo: no primeiro semestre de 2011 a importação desses produtos foi 20% maior em relação ao mesmo período de 2010. “O PIB da indústria de transformação está perdendo espaço: de 27,2% em 1985 passou para 15,8% em 2010”, apontou Serrao.
A desindustrialização não é por si só um problema, explicou o técnico do Dieese. Ele cita como exemplo os Estados Unidos, com movimento semelhante ao do Brasil, que apresentou aumento do PIB de serviços, que já bateu os 78%, e diminuição da participação da indústria, que hoje representa 12,7% do PIB contra 29,2% registrados em 1947. “Mas eles não dependem somente da economia deles. As marcas e produtos americanos são difundidos em todo o mundo”, alegou. A Coreia do Sul está na contramão desse processo: de 1965 a 2007 a participação da indústria no PIB cresceu de 13,5% para 27%. “A indústria cresce, de acordo com a política de Estado, que prevê a expansão. Hoje grandes marcas, como LG e Kia, são conhecidas em muitos países.
Serral citou um problema pontual da perda da industrialização no Brasil: “A indústria é quem paga melhor, tem mão de obra especializada e maior organização dos trabalhadores”; e, segundo ele, essa é mais uma razão para os trabalhadores acompanharem e participarem do plano Brasil Maior, que está sendo desenvolvido pelo governo para fortalecer a indústria. “O plano prevê fortalecimento das cadeias produtivas, desenvolvimento de novas competências tecnológicas e internacionalização dos produtos brasileiros”, explicou. Embora criado sem a participação de trabalhadores, já está prevista a criação de conselhos, com a inserção dos trabalhadores nessa articulação.

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