Cerca de 25 famílias de metalúrgicos que trabalham nas indústrias de Erechim estão sendo incluídas no projeto de extensão “Promovendo a Segurança e a Soberania Alimentar através da Agricultura Urbana Agroecológica de Erechim”, da Universidade Federal da Fronteira Sul, que incentiva as famílias a produzirem alimentos básicos para auto-abastecimento. Para a tesoureira do Sindicato, Sandra Weishaupt, responsável pelo projeto na entidade, a inclusão dos trabalhadores no projeto é importante porque “os operários que estão na fábrica hoje, em sua maioria, possuem um vínculo com o meio rural, porém morando na cidade acabaram se afastando do costume de cultivar seu próprio alimento”.
O projeto é dividido em três etapas: a primeira é de sensibilização dos trabalhadores ligados às indústrias da alimentação e da metalurgia por meio de palestras que debaterão temas como Soberania e Segurança Alimentar, Agricultura Urbana, Agroecologia, Alimentação Saudável, entre outros. Na segunda fase, serão realizadas oficinas sobre produção de adubo orgânico, manejo ecológico de insetos-praga e doenças de plantas e comercialização solidária. E na etapa de implantação será realizada uma oficina de 8 horas para capacitar os moradores para a construção e manutenção das hortas domésticas. “Essas hortas fornecerão uma alimentação saudável para as famílias, que podem diminuir os custos plantando seu próprio alimento”, afirma Sandra.
O professor da Universidade Federal da Fronteira Sul Ulisses Pereira de Mello, que coordena o projeto na Universidade, afirma ao participar do projeto “o sindicato pode ampliar o diálogo com a população trabalhadora, apresentando uma discussão das possibilidades de produzir alimentos nos seus espaços”. O professor diz ainda como será feito o trabalho juntamente com o sindicato. “Nós vamos fazer uma discussão de sensibilização, debates sobre agroecologia, desenvolvimento sustentável, soberania alimentar, enfim, sensibilizar a população para um trabalho futuro.”
O projeto tem a participação dos alunos dos cursos de Agronomia, Arquitetura e Urbanismo, Geografia e Ciências Sociais da UFFS. Juntamente com a implantação das hortas será realizado um diagnóstico socioambiental em 10% dos domicílios dos participantes sobre o histórico dos moradores, hábitos alimentares, habilidades agrícolas, entre outros. O projeto conta também com a parceria do Movimento Popular Urbano, Movimento dos Atingidos por Barragens, Centro de Apoio aos Pequenos Agricultores e o Centro de Tecnologias Alternativas Populares.
Fonte: Sindicato dos metalúrgicos de Erechim
