Governo federal cortou IPI para fazer frente à crise econômica mundial
Giane Guerra | giane.guerra@rdgaucha.com.br
As tabelas novas com a redução de impostos ainda nem chegaram nas concessionárias, o que deve ocorrer ainda nesta sexta-feira, mas a pressa de retomar a comercialização fez revendas gaúchas se anteciparem. Desde o início da manhã de hoje, as negociações partem de preços em que já foi aplicada a estimativa de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Como o corte do IPI incide sobre o preço de custo e ainda há as margens de lucro, a redução para o consumidor será um pouco menor do que o anunciado pelo governo. O presidente do Sindicato das Concessionárias afirma que as tabelas devem trazer preços 6% menores para carros 1.0 e 5% para automóveis com mais potência, até 2.0. Segundo Hugo Pinto Ribeiro, a redução está sendo aplicada já nos carros que estão no estoque.
A medida anunciada pelo governo deve atingir 95% dos carros que são vendidos no Rio Grande do Sul. Também foi publicada no Diário Oficial da União a redução do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que deixa o crédito mais barato. Com isso, serão estimulados setores que cresceram baseados nas vendas por financiamentos, como automóveis e eletroeletrônicos, segundo o economista da Fecomércio Eduardo Merlin.
O economista salienta que esses setores são importantes por serem grandes geradores de emprego e renda, pilares da economia que estavam ameaçados pela crise financeira. Já a mudança na tabela do Imposto de Renda, que entra em vigor a partir de janeiro, tem outro reflexo. Merlin explica que o consumidor voltará a comprar produtos que estava deixando de lado, beneficiando setores como vestuário, calçados e até alimentação.
Pesquisas recentes já apontavam retração do consumo e tendência do brasileiro a guardar o dinheiro por causa das incertezas sobre o futuro econômico do país. Os empresários e economistas esperam que as medidas do governo anunciadas ontem e as que ainda deverão ser definidas revertam esse efeito psicológico gerado pela turbulência econômica.

Fonte: Clicrbs