No dia em que a ONU vota o reconhecimento da Palestina como estado observador não-membro da organização, tem início, em Porto Alegre, o Fórum Social Palestina Livre. As atividades iniciaram nesta manhã e seguem até o sábado. Organizado por entidades representativas e centrais sindicais, o evento causou polêmica ao propor, em seu documento de referência, ações de boicote e sanções contra Israel.
A programação, que ocorre em diversos locais da Capital, conta com debates e palestras sobre temas relacionados ao conflito no Oriente Médio. São aguardados representantes de mais de 30 países - incluindo uma delegação de Israel. A abertura será marcada por uma marcha, com início às 17h no Largo Glênio Peres.
Segundo os organizadores, o fórum tem como objetivo defender a criação do Estado palestino, com as fronteiras pré-1967, tendo Jerusalém Oriental como a capital. “Entendemos que somente desta forma será contemplada a possibilidade real de paz na região”, afirma o presidente da Federação Palestina do Brasil, Elayyan Aladdin. A entidade representa cerca de 50 mil palestinos que vivem no Brasil - boa parte deles no Rio Grande do Sul.
Apesar do boicote proposto pelo documento oficial, Aladdin diz que o fórum não tem o objetivo de agredir o Estado de Israel e a comunidade judaica. “(O boicote) é uma estratégia do movimento social de pressão para forçar Israel a cessar com a ilegalidade dos atos que pratica”, explica. As atividades do fórum ocorrem em diversos espaços públicos de Porto Alegre, incluindo locais cedidos pela Assembleia Legislativa e pela prefeitura, que chegaram a questionar alguns pontos do documento de referência. “O apoio está posto. Não da maneira como em um primeiro momento pensávamos, mas temos o apoio da prefeitura”, acrescentou Aladdin.
Com apoio de países como Espanha, França e Suíça, o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Al Zeben, está confiante na votação que ocorre hoje na assembleia geral da ONU. “Podemos dizer que a Palestina já é um Estado não-membro”, adiantou-se. “Obviamente nosso objetivo é ser um Estado-membro pleno. Esperamos que este seja o primeiro passo”, observou Al Zeben, que participa do fórum em Porto Alegre. De acordo com ele, o Brasil é um exemplo de convivência pacífica entre palestinos e judeus, devido a sua diversidade étnica e cultural. Sobre a proposta de boicote, informou que o debate de ideias faz parte do caráter democrático do fórum. “Qual vai ser a conclusão final? Isso depende do fórum”, disse.
Confira as principais atividades da CUT no Fórum
A Central Única dos Trabalhadores preparou uma extensa lista de atividades autogestionadas para o Fórum Social Mundial Palestina Livre, grande parte em parceria com entidades e organizações populares brasileiras e internacionais que se somam contra a política de terrorismo de Estado e de apartheid de Israel.
“O evento reunirá dezenas de milhares de ativistas de cerca de 40 países de todos os continentes entre os dias 28 de novembro e 1 de dezembro em Porto Alegre e pretende fazer ecoar a solidariedade ao povo palestino pelo planeta, ampliando a pressão pelo reconhecimento ao seu Estado, livre e soberano”, declarou João Antonio Felício, secretário de Relações Internacionais da CUT.
Programe-se:
Dia 29 – Quinta-feira
13h30 – Hotel Embaixador – Salão Diplomata
Lançamento do livro à Causa Palestina e debate “A educação na Palestina e seus educadores”, organizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), com a presença do presidente da CUT Nacional, Vagner Freitas.
14h – As esquerdas Palestina e latino-americana: Diálogos sobre a paz, a soberania e a descolonização. Atividade organizada pelas Fundações Perseu Abramo, Mauricio Grabois e o Foro de São Paulo
17h – Marcha de abertura. Concentração no Largo Glênio Peres e passeata até a Usina do Gasômetro, às margens do rio Guaíba.
Dia 30 – Sexta-feira
9h – Mesanino da Usina do Gasômetro
Conferência Por um Mundo sem Muros, bloqueios, discriminação racista e patriarcado, com a participação do presidente da CUT, Vagner Freitas, e do secretário de Relações Internacionais da CUT, João Antonio Felício.
16h30 – Usina do Gasômetro
Plenária Estado da Palestina, já, com a presença de Nabil Shad, representante da Autoridade Nacional Palestina e secretária de relações internacionais do Al Fatah.
18h30 – Assembleia Legislativa – Auditório Dante Barone
Proteção Social e Direitos Trabalhistas na Palestina. Atividade organizada pela CUT, CGIL e FIOM (Itália), CCOO (Espanha) e centrais sindicais palestinas.
Dia 1º – Sábado – Salão de Festas da UFRGS
16h – Assembleia dos Movimentos Sociais
Com informações do Correio do Povo
Fonte: FTMRS
