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01.08.13   |   Geral 2013

Com organização no local de trabalho nível de sindicalização é maior, diz presidente da CNM

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Paulo Cayres participou de debate promovido pela Fundação Perseu Abramo, quando foi divulgado estudo sobre evolução da sindicalização no Brasil nos últimos 10 anos.

Com um debate na Câmara Municipal de São Bernardo do Campo (SP), a Fundação Perseu Abramo divulgou na noite da última segunda-feira (29), os resultados de pesquisa que analisa a evolução da sindicalização no Brasil nos últimos 10 anos. O estudo completo ‘Densidade sindical e recomposição da classe trabalhadora no Brasil’ está no terceiro número da publicação FPA Comunica e foi elaborado para avaliar a relação dos trabalhadores com suas entidades de classe na última década, período em que o país expandiu consideravelmente o nível de emprego, com elevação do padrão de vida do conjunto da população.

O debate foi coordenado pelo presidente da FPA, economista Marcio Pochmann, e contou com a participação do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, do presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, Paulo Cayres, e do presidente da Câmara Municipal, vereador Tião Mateus.

Segundo Pochmann, o Brasil é um país que tem mais experiência com a ditadura do que com a democracia. “A ditadura militar impediu que o crescimento econômico fosse distribuído. A partir dos anos 2000, já estávamos na fase democrática, com crescimento e distribuição de renda. O Brasil gerou muitos novos postos de trabalho. O que resta responder é: por que não gerou maior sindicalização também?”.

A partir do estudo, Pochmann afirma que é preciso aprofundar o conhecimento sobre as mudanças no mundo do trabalho, lembrando que o setor de serviços deverá ser uma base importante de investimento do sindicalismo para conseguir organizar os novos trabalhadores. E também alerta que o mundo sindical precisa entender as mudanças ocorridas no capitalismo: “As grandes corporações, muitas vezes, são mais importantes que os países. Vivemos um outro tipo de capitalismo, que se prepara para o futuro. E os sindicatos? Como irão lidar com o futuro?”, questionou.

Paulo Cayres entende que não há sindicalização sem trabalho de base: “Mais do que sortear apartamentos ou fazer shows, é preciso estar nos locais de trabalho. Só isso garante uma relação mais próxima dos trabalhadores com o Sindicato”. Cayres lamenta o fato de que, mesmo com a eleição de um presidente operário por duas vezes, depois uma mulher, o nível de sindicalização não tenha aumentado. “Falta democracia no mundo do trabalho. Isso sem dúvida atrapalha a procura pelos sindicatos. Os trabalhadores têm medo de perder o emprego caso se sindicalizem”, disse o dirigente, que também se preocupa com o fato de os novos trabalhadores terem mais anos de estudo mas sem que isso signifique aumento na consciência de classe.

O presidente da CNM/CUT destacou ainda que a organização no local de trabalho – bandeira histórica da CUT e seus sindicatos – é fundamental para estreitar a ligação do trabalhador com o seu sindicato. “Isso é fato: onde há OLT, o grau de sindicalização é maior. Com a atuação direta das entidades dentro das fábricas – como os Comitês Sindicais de Empresa existentes no ABC e em outras bases dos metalúrgicos – os trabalhadores entendem a importância de se associar aos sindicatos para fortalecê-los e, assim, garantir e avançar em direitos”.

Luiz Marinho, por sua vez, avaliou que hoje “os sindicatos são mais fortes, com maior possibilidade de negociação”. Para Marinho, formação política continua sendo essencial assim como o respeito e estímulo às negociações sindicais. Ele também concorda que sem organização por local de trabalho a sindicalização será sempre baixa.

FPA Comunica 3

A publicação está dividida em quatro partes: indicação da trajetória recente da sindicalização em países selecionados no mundo; evolução da densidade sindical, conforme as características principais dos ocupados; movimento de afiliação sindical conforme os postos de trabalho; e sinais de recomposição da classe trabalhadora no Brasil.

Em cinco anos (2006 a 2011), a taxa de sindicalização no Brasil permaneceu relativamente estável em relação ao total dos ocupados. Com mais de 13,4 milhões de novas ocupações geradas no período, os sindicatos conseguiram absorver o adicional de 2,8 milhões de afiliados. De acordo com o estudo, a cada grupo de dez novos trabalhadores ocupados no Brasil, dois terminaram se sindicalizando em suas entidades de categoria. Com isso, a taxa de sindicalização passou de 16,4% para 17% do total dos ocupados entre 2005 e 2011.

Mas esse crescimento não foi homogêneo. A taxa se diferencia segundo as características dos ocupados e postos de trabalho. Enquanto houve crescimento de filiação sindical entre trabalhadores de origem indígena, jovens, menores escolarizados e remunerados, observa-se uma queda entre os trabalhadores pardos, com mais idade, maior escolaridade e rendimento.

 

Fonte: Fundação Perseu Abramo, com CNM/CUT

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