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02.05.16   |   CUT

“Se consumarem o golpe, o bicho vai pegar”, alerta CUT-RS no 1º de Maio em Porto Alegre

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Cerca de 10 mil pessoas participaram neste domingo do ato de 1º de maio, Dia Internacional do Trabalhador e da Trabalhadora, realizado junto ao Monumento ao Expedicionário, no Parque da Redenção em Porto Alegre. A manifestação, a exemplo de outros atos por todo o Brasil, intensificou a resistência e a luta em defesa da democracia e dos direitos sociais e trabalhistas diante do golpe em curso no Congresso Nacional.

A atividade foi organizada pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, integradas pelas CUT-RS, CTB-RS, Intersindical, MST, movimentos sociais e partidos de esquerda. Os pronunciamentos das entidades, intercalados com apresentações culturais, alertaram os trabalhadores sobre as ameaças de retrocessos caso o golpe seja consumado no Senado.

Querem acabar com a CLT

Para o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, o ato foi vitorioso. “Nós conseguimos ampliar a luta e lançamos o dia nacional de atos, protestos, greves e paralisações que será realizado no próximo dia 10”, destacou. “Se consumarem o golpe, o bicho vai pegar”, avisou.

Claudir lembrou o histórico do 1º de Maio, relatando que, em 1886, teve início uma greve geral em Chicago, nos Estados Unidos, que foi reprimida fortemente pelo poder público, gerando mortes provocadas pela polícia. “Foi um massacre”, apontou. “Naquela época, ainda havia escravos no Brasil e somente dois anos foram supostamente libertados. A burguesia nunca esteve a favor dos trabalhadores e hoje estamos nas ruas para denunciar o golpe financiado pelos patrões”, frisou.

Ele ressaltou que o golpe é simbolizado pelo pato da Fiesp. “Eles não querem acabar com a corrupção, mas a pauta dos golpistas é acabar com a CLT, os direitos trabalhistas e sociais”, enfatizou. “Temos que mexer com o poder econômico para evitar o golpe no Senado, pois o Temer se jogou nos braços das elites para fazer o serviço dos golpistas”, assinalou.

“Aqui no Estado sabemos o que é troca de partido. Bastou o Sartori entrar para ver que a população foi feita de trouxa, pois tivemos salários parcelados, aumento de impostos e mais insegurança. É preciso acordar os trabalhadores”, salientou Claudir.

Segundo ele, “quem foi às ruas para pedir o fim da corrupção está envergonhado, porque viu que eles não querem acabar com a corrupção, e sim acabar com a CLT e os direitos trabalhistas”.

O dirigente da CUT-RS concluiu dizendo que, “se eles consumarem o golpe, estaremos nas ruas para trazer a democracia de volta”.

Defesa da democracia e dos direitos trabalhistas e sociais

O ato na capital gaúcha reuniu lideranças partidárias. Christopher Goulart (PDT) mencionou que a data é importante para os trabalhistas e homenageou seu avô, o ex-presidente João Goulart, destituído pelo golpe de 1964. “Foi ele quem concedeu aumento de 100% aos trabalhadores, implantou o décimo terceiro salário. Esse projeto reformista foi objeto do golpe de 64, e hoje a situação é muito parecida. E esse é o motivo pelo qual estamos na rua hoje”, afirmou.

Antes da votação do impeachment na Câmara de Deputados, o PDT havia definido em executiva nacional que se posicionaria contra o impeachment, mas alguns parlamentares optaram por votar a favor, o que ocasionou abertura de processos de expulsão do partido.

Além do PCdoB, aliado histórico do PT, também votou integralmente contra o PSOL, o qual teve representantes no ato deste domingo. Berna Menezes, que falou em nome da executiva nacional do partido, destacou que os direitos trabalhistas foram “conquistados com suor, com luta”, e não “dados por um governo”. “É por isso que é na rua e na luta que vamos conquistar mais e manter esses direitos”, defendeu.

A deputada estadual Manuela D’Ávila (PCdoB) lembrou que a luta “não é por um governo, pois governos são apenas instrumentos para conseguirmos mais conquistas”. Ela também saudou os deputados federais, os quais ela classificou como “heróis que denunciaram o golpe na Câmara Federal”. Para ela, “dizer não ao golpe é dizer sim aos direitos da classe trabalhadora. Ainda estamos no primeiro degrau, mas é só a partir daí que vamos conseguir conquistar os outros”.

O presidente estadual do PT, Ary Vanazzi, destacou que, caso Dilma seja destituída, “quem vai pagar a conta é o trabalhador”. Ele também lembrou que muitos dos parlamentares que estão na linha de frente do golpe estão sendo eles mesmos investigados por corrupção. “Queremos ter o direito de ter voz e de sermos respeitados. Vamos derrubá-los: se não for no Congresso, vai ser nas ruas. Vamos construir nossa luta, nossa história, e derrubar a burguesia”, completou.

O presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, classificou os deputados que defendem o impeachment como “quadrilha que representa o conservadorismo”, apontando o papel do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), e de Temer. “Não podemos aceitar que eles tenham seu projeto implantado. Tivemos avanços e eles não aceitam isso. Querem acabar com a CLT e com os direitos dos trabalhadores”, afirmou.

Para Guiomar, um possível governo Temer não seria de “transição”, mas sim de “traição nacional”, porque quer aplicar “as propostas derrotadas no último pleito”.

Também se manifestou no ato o representante da Intersindical, Jerônimo Menezes. Ele destacou que “os setores que defendem o golpe querem atacar direitos da classe trabalhadora para garantir suas taxas de lucro”.

Nobel da Paz defende unidade entre os povos da América Latina

Também participou do ato o arquiteto, ativista argentino e ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 1980, Adolfo Péres Esquivel. Ele esteve na quinta-feira (27) em Brasília, onde se reuniu com a presidenta Dilma e falou no plenário do Senado, denunciando o que chamou de “golpe de Estado”, o que repercutiu em todo o mundo.

Falando em “portunhol”, Esquivel destacou a necessidade de união entre os povos da América Latina contra golpes de Estado. “Antes eles davam golpes com os exércitos, hoje utilizam os meios de comunicação”, comparou.

“Não queremos mais golpes em nosso continente. Temos que deixar de lado as diferenças nesse momento, porque há algo mais importante, que é a defesa da democracia no Brasil. A riqueza de um povo é sua diversidade, sua consciência crítica. Os povos da América Latina têm que estar unidos”, defendeu Esquivel. “Nunca ajoelhados, sempre de pé, para defender a soberania dos povos”, conclamou.

Um dos momentos em que essa união ficou mais visível foi quando os cantores Lili e Bruno entoaram “Apesar de Você”, de Chico Buarque, que foi acompanhada por grande parte dos manifestantes presentes. Em seguida, também cantaram “Meu coração é vermelho” e uma adaptação de “Não deixe o samba morrer”. A música ficou assim: “Não deixe o sonho morrer, nem a mudança acabar. O povo não sente mais fome e tem casa pra morar”.

Houve ainda uma homenagem para os deputados federais e estaduais que defendem a democracia.

Ao final, uma apresentação da escola de samba Imperatriz Leopoldina encerrou o ato com muita animação e energia.

Fonte: CUTRS e Sul21

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