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16.02.09   |   Crise Financeira Internacional

Indústria Quer Seguro Para Preservar Empregos

Contra a onda recente de demissões que abala a indústria metalmecânica gaúcha e já deixou mais de 7 mil trabalhadores sem ocupação, a saída pode ser um seguro-emprego. A proposta, que evitaria novas dispensas e seria financiada por meio do abatimento das despesas com salários de impostos devidos, está sendo formatada por dirigentes do setor de máquinas e implementos agrícolas, um dos epicentros da desaceleração da produção industrial gaúcha.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Estado (Simers), Claudio Bier, que defende a nova versão do seguro, diz que a crise já gerou mais de 4 mil demissões somente no segmento, líder nacional na produção de colheitadeiras e tratores. O número é muito superior se computadas as vagas indiretas enxugadas. A derrocada dos negócios em janeiro alimenta o clamor por uma medida.

As vendas no mercado interno de colheitadeiras e tratores recuaram 17% em janeiro frente a dezembro. As exportações reduziram 68%, no mesmo período.

O mais recente corte atingiu 139 funcionários da AGCO, em Santa Rosa. Na próxima quinta-feira, Simers, John Deere, Federação dos Metalúrgicos do Estado e sindicato da categoria em Horizontina terão reunião, a partir das 9h, na Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), em mais uma tentativa de manter cerca de 500 empregos.

Os sindicalistas foram à Justiça para impedir as
rescisões, depois de demissões ocorridas em janeiro, caminho que pode ser trilhado contra a AGCO, diz o presidente da federação da categoria, Milton Viario.

Bier considera muito difícil reverter a dispensa na John Deere. Foi frustrado também um pedido de ajuda ao governo federal, como mais crédito e desoneração. "O governo ajuda fabricantes de automóveis, de geladeiras e de imóveis. Somos o patinho feio", lamenta ele, e faz projeção mais sombria: "Vão pipocar mais demissões se algo não for feito", previne o dirigente, listando empresas de implementos, como silos, entre as mais suscetíveis à redução.

Para o presidente do sindicato da indústria, o seguro-emprego seria tão viável quanto à ampliação para sete meses do seguro-desemprego. A proposta de Bier prevê prazo de 12 meses para uma espécie de empréstimo às empresas.

Segundo o dirigente, os gastos com salários dos empregados seriam abatidos dos impostos. A devolução do valor descontado dos tributos ocorreria 12 meses após a compensação.
"Ninguém demitiria em 12 meses esperando melhoria na economia. A devolução ocorreria com a retomada da atividade, num prazo de 24 meses".

Levantamento da Federação dos Metalúrgicos do Estado aponta para mais de 7,3 mil demissões desde novembro de 2008 no setor. Caxias do Sul, com 1.870 demitidos, Porto Alegre, com 1,3 mil, e Santa Rosa, com 859, lideram as dispensas. Ontem, o temor de corte de 260 dos 900 empregados da planta da Zamprogna, na zona Norte de Porto Alegre, provocou protesto e paralisação do trabalho com concentração em frente à unidade.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Capital, Claudir Nespolo, teve negociação pela manhã com a empresa e propôs demissão voluntária, para motivar pedidos de afastamento de aposentados e de quem queira sair. Os empregados decidiram paralisar as atividades na manhã de hoje à espera de representantes da Usiminas, que assume oficialmente o controle da companhia dia 28 de fevereiro. Na semana passada, a empresa Dana, em Gravataí, demitiu 156 empregados.




Fonte: Patrícia Comunello - JC

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