Representantes de 22 sindicatos patronais e de trabalhadores de Caxias do Sul reúnem-se hoje com o objetivo de definir ação conjunta para enfrentar a crise econômica internacional.

O encontro é organizado pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC), local do encontro a partir das 17h. "Nossa principal preocupação é encontrar alternativas que preservem as empresas e os empregos", resumiu Milton Corlatti, presidente da entidade.

Este é o segundo movimento da CIC em um curto espaço de tempo para contribuir na busca de saídas para superar o momento de crise, que gerou desde novembro o fechamento de duas mil vagas somente na atividade metalmecânica da cidade, além de medidas de flexibilização da jornada, que já atinge mais de 15 mil trabalhadores, e férias coletivas.

No final de janeiro a entidade enviou correspondência ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrando medidas mais efetivas, como redução dos juros e da carga tributária, como forma de amenizar os impactos da crise. Deste encontro deve sair um documento único de reivindicações a ser encaminhado ao governo federal.

O cenário internacional também foi tema da reunião-almoço da entidade nesta semana. A sensação generalizada dos participantes do painel é que a economia começa a dar sinais de estabilização, com expectativa de recuperação gradual em 60 dias.

Apesar deste pensamento, ainda pairam dúvidas sobre o resultado efetivo das medidas anticrise colocadas em prática pelo governo federal. Para o economista Alexander Messias, integrante do Departamento de Economia, Estatísticas e Finanças, o governo precisa reduzir a taxa de juros imediatamente.

Para ele, é descabida a visão de quem projeta retorno da inflação com esta ação.
Integrante do mesmo departamento, Mauro Corsetti fez um alerta sobre um fato que pode agravar a crise interna, caso se confirme a expectativa do governo federal de elevar a arrecadação de impostos em 16,5% neste ano. "Este dado consta no orçamento do ano e, coincidentemente, é o mesmo índice de elevação dos custos com pessoal. Esta é uma situação que pode gerar problemas ainda mais graves para a economia", disse Corsetti.

Fonte: Jornal do Comércio