O Rio Grande do Sul gerou um saldo positivo de 2.798 empregos com carteira assinada em janeiro. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego e refletem o saldo entre o número de trabalhadores admitidos e demitidos pelas empresas. O saldo ficou bem abaixo do de janeiro de 2008, que somou 19.020 vagas. Indústria e comércio tiveram desempenho negativo e fecharam mais vagas do que abriram, 3.752 e 926, respectivamente. Com esse saldo, a indústria teve perda de 27,5 mil vagas desde outubro de 2008, quando a crise financeira internacional começou a afetar a economia local.

A desaceleração nas contratações no ramo industrial é flagrante. No mesmo mês de 2008, o saldo havia sido positivo em 6.730 postos. Comércio também teve desempenho positivo em janeiro do ano passado, com 585 empregos. Já o setor de serviços foi o que mais se destacou com saldo positivo de 3.477 vagas no mês.

Em 2008, o número havia sido de 5.140. Agricultura somou 3.198, e a construção civil registrou 801 novos postos. Os dois segmentos também recuaram na geração de vagas. O primeiro somou 4.685 em 2008 e o segundo, 1.889.

Dentro dos subsetores da indústria, os que mais demitiram foram bebidas e alimentos, que eliminaram 2.825 postos, e metalurgia, menos 1.149. Apesar de mostrar uma melhora no nível de contratações em relação a dezembro, o desempenho de janeiro foi fraco se comparado aos outros anos. "Observa-se que, apesar da crise, setores voltados ao mercado interno mantiveram a geração dos postos de trabalho", destaca o chefe da Divisão de Atendimento ao Trabalhador da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do RS, Luiz Müller.

No País, o mercado de trabalho formal já perdeu 797,5 mil vagas desde novembro. O número é equivalente ao da população de São Bernardo (SP), com 781 mil habitantes. Em janeiro, pelo terceiro mês seguido, as demissões superaram as contratações com carteira assinada, e o saldo de vagas ficou negativo em 101.748 postos.

Foi o pior resultado para o mês de janeiro da série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A última vez em que houve saldo negativo de empregos formais em janeiro foi em 1999 - ano da desvalorização do real.

No mês passado, a indústria de transformação mais uma vez liderou a queda do emprego com carteira assinada, sendo responsável por mais da metade dos postos eliminados no período.

O desempenho fortemente negativo do setor de comércio também contribuiu para o encolhimento do mercado formal em janeiro, assim como o da agropecuária e do setor extrativo mineral.
São Paulo - maior estado empregador do País - continuou puxando a queda do emprego formal. A cada cem vagas fechadas no mercado em janeiro, 38 ocorreram em empresas do estado.

Fonte: Jornal do Comércio