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24.10.23   |   Internacional

Peronismo desperta e detém avanço da onda ultraliberal na Argentina

IVAN PISARENKO / AFP

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Quando a extrema direita parecia avançar na Argentina e alguns analistas previam até que poderia levar a disputa presidencial no primeiro turno, o peronismo mostrou vigor e conseguiu deter seu avanço, ao menos por enquanto.

No primeiro turno das eleições, realizado no último domingo (22), o candidato Javier Milei (A Liberdade Avança), grande surpresa dessa eleição com suas propostas provocativas de extrema direita, manteve o patamar de votos das eleições primárias de agosto: 30% (7.884.336 votos, com 98,5% das urnas apuradas). Mas Sergio Massa (União pela Pátria, coalizão que governo o país atualmente), que havia ficado em terceiro lugar nas primárias, teve um crescimento substantivo e terminou em primeiro lugar, com 36,6% dos votos (9.645.983).

Os dois disputarão o segundo turno em 19 de novembro, e o vencedor assume a presidência em 10 de dezembro — Patricia Bullrich (Juntos pela Mudança, de direita, aliança que em 2015 levou Mauricio Macri à presidência) ficou pelo caminho, com 23,8% dos votos (6.267.152).

“O recado mais importante das urnas é a estagnação do desempenho eleitoral de Milei. A onda libertária foi interrompida abruptamente, apesar de a aceleração da crise social oferecer um terreno fértil para um crescimento exponencial”, escreveu nesta segunda-feira (23) o jornalista Mario Santucho, editor da revista Crisis, que tirou outras duas conclusões da eleição: o “despertar do gigante peronista”, que conseguiu o “milagre de colocar em segundo plano a penúria econômica”, e o “fracasso do partido macrista, que pode levar à sua desintegração, incapaz de compreender as mudanças na dinâmica atual do conflito político”.

Massa sobe mais que o dólar

“Massa sobe mais que o dólar”, um dos inúmeros memes surgidos no domingo (22), resume a surpresa causada pela boa votação do candidato peronista. Afinal, ele é o atual ministro da Economia de um país que convive com 140% de inflação anual, 40% de pobreza, uma moeda muito desvalorizada (o dólar chegou a valer mais de mil dólares no mercado paralelo às vésperas da eleição — e o Banco Central com reservas no vermelho.

A volta por cima de Sergio Massa se deu, acima de tudo, nas cidades que ficam nos arredores da capital Buenos Aires, região que os argentinos chamam de “conurbano”, região mais populosa e pobre do país, berço do peronismo que concentra 24% do eleitorado nacional.

O governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, aliado da ex-presidenta (2007-2015) e atual vice Cristina Kirchner, foi reeleito no domingo com 44,9%, vantagem de quase 20 pontos percentuais em relação aos oponentes, um resultado que impulsionou a votação de Massa. Nos dois meses que transcorreram desde as primárias, o peronismo somou mais de 2,5 milhões de votos na região.

Kicillof foi o “grande protagonista” das eleições, escreveu Luis Bruschtein no jornal argentino Página 12. Na opinião dele, a reeleição do governador é consequência de uma gestão de trabalho árduo em um contexto desafiador, onde o impacto da crise foi mais forte. Ele vê em Kicillof um “governador versátil, que atua próximo do povo, realizando muitas obras públicas e muita gestão”.

Com um aliado como este, Massa ganha força para combater Milei. “A sociedade virou as costas para aqueles que propuseram um país onde os pobres teriam que vender seus órgãos ou seus próprios filhos, onde os genocidas seriam glorificados e as Malvinas, entregues; um sistema em que os candidatos usam metáforas de sexualidade perversa para rejeitar a educação sexual. Esta não foi uma eleição comum, porque além dos problemas econômicos, estavam em jogo valores fundamentais da civilização”, desabafa o articulista.

Em busca dos votos dos perdedores

Mas ainda falta o segundo turno, no qual o fiel da balança serão os votos de Bullrich, mas também os quase 1,8 milhão de Juan Schiaretti, um peronista conservador antikirchnerista, e os 710 mil de Myriam Bregman, da esquerda trotskysta.

“Em princípio, a maioria dos votos de Bullrich vão para Milei e os de Schiaretti e Bregman, para Massa, mas é difícil saber em que proporção”, afirma o professor de História Carlos Vidigal, especialista em Argentina.

Bullrich, uma crítica implacável dos peronistas, teve também embates fortes com Milei durante a campanha. Ele inclusive a chamou de “assassina” em referência ao seu passado na juventude peronista, onde ela começou na política fazendo luta armada contra a ditadura militar. E, numa crítica ao establishment político como um todo, cunhou o termo “a casta política”, por meio do qual colocou no mesmo balaio políticos de todos os partidos, acusando-os de viverem do roubo.

“Estou aqui para dar fim ao processo de ataques e fazer uma trégua para pôr fim ao kirchnerismo”, discursou Milei após a votação. “Além de nossas diferenças, temos que entender que temos diante de nós uma organização criminosa. O kirchnerismo é o pior que aconteceu à Argentina”, complementou.

Apesar de o kirchnerismo — subgrupo do peronismo ligado a Cristina Kirchner — ser uma espécie de inimigo comum e de os eleitorados de Milei e Bullrich terem pontos de identificação ideológica à direita, o macrismo — corrente ligada ao ex-presidente Macri — é heterogêneo. Parte considerável do eleitorado fiel a esse grupo, que nas primárias apoiou Horacio Rodríguez Larreta como candidato em lugar de Bullrich, identifica-se com a social-democracia e poderia votar em Massa.

“Quero falar com os milhares de radicais que compartilham conosco valores democráticos como a educação pública e a independência dos poderes. Vou fazer o máximo esforço para ganhar a confiança deles”, disse Massa na noite da eleição. “Radicais” são os adeptos da União Cívica Radical, partido histórico que integra a coalizão Juntos pela Mudança.

Massa deve herdar boa parte dos 710 mil votos de Myriam Bregman, da esquerda trotskysta, e fica a dúvida sobre o que farão os quase 1,8 milhão de eleitores de Juan Schiaretti, um peronista conservador antikirchnerista.


Fonte: Brasil de Fato

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