Na manhã desta terça-feira (30), teve início a Conferência "Expressões da Globalização, Análises Comparativas Brasil-Alemanha", realizada pelo Instituto Integrar e a Fundação Hans Böckler. A conferência ainda conta com apoio da Fundação Friedrich Ebert (FES).
A mesa de abertura contou com a participação os presidentes do Instituto Integrar, Claudir Nespolo, e da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT), Carlos Grana, além de Dietmar Hexel da Fundação Hans Boeckler/DGB e Jochen Steinhilber, da FES Brasil.
Claudir Nespolo lembrou da importância do Insituto Integrar para a capacitação de trabalhadores em todo o país. "Em 1995, os metalúrgicos da CUT tiveram a iniciativa de intervir no conhecimento e na elevação da escolaridade para um conjunto de trabalhadores no momento em que o neoliberalismo chegava ao Brasil, criando assim o Instituto Integrar", disse.
Nespolo também afirmou que este não será mais um espaço de debates. "Será o principal evento de intercâmbio entre os metalúrgicos alemães e os companheiros da CUT."
Em seu discurso, Dietmar Hexel frisou a face oculta da globalização, usando como exemplos a degradação ambiental e o fosso existente entre ricos e pobres em todo o mundo. "Como vamos garantir uma sociedade mais justa para todos que vivem no planeta?", questionou.
Hexel afirmou ser necessário que cada um dos trabalhadores saiba lidar com o capitalismo no dia-a-dia das empresas e ressaltou a importância das redes e comitês articulados nas empresas. "Precisamos estruturar a solidariedade internacional entre os trabalhadores."
O presidente da CNM/CUT, lembrou das origens da luta metalúrgica e ressaltou que os participantes do encontro fazem parte da vanguarda do sindicalismo brasileiro."Tenho certeza que estaremos mais capacitados para superar esse desafio (da crise) que o movimento sindical está enfrentando, para ter uma sociedade mais justa e fraterna", disse.
Grana lembrou que os metalúrgicos estão enfrentando o debate contra a redução de direitos, apontando outros caminhos que foram acatados e negociados com o governo brasileiro.
"Não basta apenas ações do governo, é preciso que os trabalhadores tenham no cotidiano, na fábrica, a luta dos interesses da categoria. Essa conferência irá contribuir muito ao comparar os efeitos e apontar os caminhos a serem adotados pela classe trabalhadora".
Em sua fala, o deputado Federal Arlindo Chinaglia (PT-SP), falou das ações governamentais nos momentos de crise. "Mais uma vez ficou claro que o mercado sozinho não tem condições de dirigir o mercado. A demonstração é que se não fosse a ação do Estado, como no caso da GM nos EUA, a crise seria muito pior.
Fonte: Valter Bittencourt - Imprensa CNM/CUT