Sandra Weishaupt será empossada presidenta do Sindicato de Erechim neste sábado

Com uma trajetória de mais de 20 no movimento sindical, Sandra é a segunda mulher no RS a ser eleita presidenta
Neste sábado (15), o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos Erechim e Região comemora 70 anos e na mesma cerimônia, Sandra Weishaupt será empossada como presidenta do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos Erechim e Região. Aos 48 anos, será a primeira mulher a presidir a entidade e a segunda a ocupar essa posição, entre as entidades filiadas à Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do RS (FTM-RS).
“Ser mulher na frente do sindicato é o resultado de muito trabalho, reconhecimento e comprometimento com a luta de todos os trabalhadores”, afirma ela que em 1998, aos 21 anos passou a integrar a direção executiva do Sindicato, com o cargo de 1ª secretária. “No início foi bem desafiador, tinham poucas mulheres na diretoria, muitas acabavam entrando e logo saindo da direção. Pois, para nós é mais complicado ficar na direção devido ao acumulo de função, trabalho, casa, filho, marido...”
No seu segundo mandato, Sandra passou a ocupar o cargo de tesoureira, função que exerceu até ser eleita presidenta em 12 de dezembro. “Inicialmente ficava mais na fábrica e acompanhava em alguns momentos, as questões de organização interna do Sindicato.”
Pioneirismo
Para ela, o desafio é muito grande. “Nós, mulheres, lutamos muito para chegarmos a estes espaços de poder dentro dos sindicatos, que na sua maioria são masculinos, mesmo em categorias com sua maior número de mulheres”, diz Sandra que foi a primeira mulher a coordenar uma assembleia na história da entidade.
Em todos esses anos, Sandra também foi a primeira mulher metalúrgica a participar de um intercâmbio internacional com a juventude metalúrgica da Alemanha. Durante 20 dias, visitou as principais fábricas, as principais sedes sindicais, representando os metalúrgicos do Brasil. No Sindicato, sempre participou da organização das atividades realizadas nas portas de fábrica, carros de som, acampamentos, paralisações, entrega de material, campanhas de sindicalização, atividades de mulheres e de formação, onde ajudou na coordenação do projeto Integrar com cursos de informática e programas de alfabetização.
“A gente precisa se desafiar e lutar para garantir nossos espaços e as mulheres a todo o momento precisam estar provando e mostrando que são capazes. A cobrança é muito maior, mas estamos aos poucos avançando. Hoje temos no Estado duas mulheres presidentes de sindicato, uma vice presidente na Federação, a Eliane Morfan e uma vice presidente na Confederação, a Catia Maria Braga Cheve. E isso é o reflexo de muitos anos de trabalho e empenho.”
Mulheres
De acordo com ela, sempre teve poucas mulheres na direção do Sindicato e que isso é o reflexo da categoria, com a maioria de trabalhadores homens. “Infelizmente ainda temos muita luta para fazer, pois continuamos ganhando menos que os homens fazendo a mesma função, ainda somos minoria em cargos de chefia mesmo tendo capacidade para exercer os cargos, ainda sofremos com assédio moral, sexual no local de trabalho”, alerta ela.
Para melhorar este cenário, Sandra defende o debate com a juventude e principalmente com as mulheres que estão se inserindo no mercado de trabalho. “Precisamos nos aproximar, saber escutar, mostrar todas as conquistas feitas e os desafios que estão postos. Saber olhar para a nova geração de mulheres e fazer o diálogo sobre a importância de sua participação para juntas nos fortalecermos e avançar nas nossas pautas”, finaliza.
Fonte: FTM-RS com informações do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos Erechim e Região