Centrais Sindicais E Parlamentares Debateram Redução Da Jornada De Trabalho

Na abertura da audiência, o presidente da CUT-RS, Celso Woyciechowski, salientou a importância de debater com a sociedade esse assunto que interfere diretamente na vida dos trabalhadores. “A redução da jornada de trabalho vai gerar mais emprego e distribuição de renda. Com isso o Brasil terá um maior crescimento econômico e social, fortalecendo o mercado interno”, declarou.
O deputado federal e vice-presidente do Congresso Nacional, Marco Maia (PT-RS), explicou a tramitação da PEC 231/95 e disse que já existe um pedido de urgência para a votação dessa matéria, assinada por vários deputados de todos os partidos. “Embora exista muita pressão do setor empresarial para que a votação seja adiada para o ano que vem, esse é o melhor momento para votar a PEC e conquistar a redução da jornada”, acredita.
O desenvolvimento econômico do país, desde 2003, favorece a votação e a implantação da redução da jornada para 40 horas. Para a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) além dessa realidade favorável, é necessário trabalhar com três eixos para garantir a aprovação da PEC: político, econômico e humano. “Nós sabemos o quanto sofremos com a precarização do trabalho e das políticas neoliberais, agora é a hora de garantir uma melhor qualidade de vida, pois sabemos o quanto isso vai melhorar a vida do brasileiro e a economia”, disse Rosário.
O deputado federal e líder do governo no Congresso, Henrique Fontana (PT-RS), garantiu que o governo federal tem posição favorável à redução da jornada: “o que temos que garantir é uma data de votação para essa matéria”, afirmou. O deputado estadual Elvino Bohn Gass (PT) acredita que, se a PEC for a plenário esse ano, a classe trabalhadora conquista as 40 horas. Já Raul Pont (PT) considera o Congresso Nacional muito conservador, por isso ainda não levou a PEC à votação. “Temos que garantir uma posição unitária das bancadas aliadas”, acredita o parlamentar.
Mobilização dos trabalhadores
No dia 11 de novembro, em Brasília, será realizada a 6ª Marcha da Classe Trabalhadora e será uma oportunidade dos trabalhadores reivindicarem a redução da jornada de trabalho.
A necessidade de mobilização da sociedade foi salientada pela deputada federal Manuela D’ Ávila (PC do B): “temos que ganhar a sociedade e contar com os políticos e os formadores de opinião para conquistar as 40 horas. Luta e avanço só se consegue com constrangimento político”. Para a deputada, essa conquista pode ser a principal medida estrutural do governo Lula para combater a crise econômica e favorecer o crescimento nacional.
O secretário geral da CUT Nacional, Quintino Severo, também falou sobre a necessidade de mobilização não só no dia 11 de novembro, mas uma agenda permanente das Centrais Sindicais no Congresso. “Precisamos pressionar os deputados e garantir uma data para a votação, assim podemos partir para a fase negociação”, defende.
“Precisamos criar condições para que esse debate não saia da pauta. A nossa tarefa agora é colocar gente na rua. Também precisamos discutir as horas extras, não adianta conquistar a redução da jornada e o trabalhador continuar fazendo inúmeras horas extras”, lembrou Quintino.
Unidade das Centrais
O presidente da CTB, Guiomar Vidor, relatou as atividades da Central sobre o tema. “Precisamos qualificar nossos dirigentes sindicais para que o debate também seja qualificado. Pois tem muito trabalhador que ainda tem dúvidas sobre a redução da jornada”, disse.
A conscientização dos trabalhadores também é um dos pontos fundamentais também para o presidente da UGT, Paulo Barck: “A grande mídia não nos ajuda, por isso nossa unidade tem que continuar”. Trabalhar com os deputados na suas bases eleitorais é a sugestão do presidente da CGTB, João Alberto Fernandes: “a nossa luta tem que ser além do dia 11”.
Como encaminhamento da audiência pública foi definido intensificar a mobilização para a Marcha do dia 11 de novembro. As Centrais sindicais irão se reunir para definir um calendário de mobilização para pressionar os deputados no Congresso Nacional.
Fonte: CUT RS