Sem taxar ricos, centrão quer cortar programas sociais em troca da isenção do IR

AGÊNCIA SENADO
Sem taxar ricos, centrão quer cortar programas sociais em troca da isenção do IR

Em mais uma demonstração de aversão à classe trabalhadora, deputados federais da direita, o chamado “Centrão”, quer colocar uma bomba econômica no colo do governo Lula para minar o projeto de isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais.

O projeto do governo prevê uma contrapartida dos mais ricos, a partir da cobrança de 10% sobre lucros e dividendos recebidos por acionistas pessoas físicas que recebem mais de R$ 50 mil por empresa. A alíquota de imposto aumentará progressivamente, podendo chegar a até 10% para rendas a partir de R$ 1.200.000,00.

Mas, no lugar da proposta do governo de taxar os ricos esses deputados querem bloquear a votação das medidas compensatórias que garantiriam o equilíbrio fiscal. Sem as contrapartidas, a renúncia tributária seria de R$ 100 bilhões até 2028 e se transformaria numa bomba-relógio contra as próprias finanças do governo.

Sem novas fontes para compensar a falta de arrecadação o governo terá de escolher entre ampliar a dívida pública ou cortar gastos em áreas prioritárias, de programas sociais e investimentos verdes. Desta forma, a direita quer diminuir a aprovação, que vem crescendo, do presidente Lula junto à população, apuraram O Globo e a Veja.

Por que é preciso taxar os ricos

Enquanto os 50% mais pobres se apropriam de 14,40% da riqueza geral, os 10% mais ricos se apropriam de 51,50% de toda a riqueza produzida no Brasil. Em compensação, os 10% mais ricos responderam por 41,6% do total de deduções em 2022. Os 5% mais ricos por 26,6% e o 1% mais rico por 8,25%.

Atualmente, a isenção de dividendos é uma das razões pelas quais os ricos pagam proporcionalmente menos impostos no Brasil.

Enquanto um trabalhador que hoje ganha 5 mil reais contribui financeiramente com o Estado brasileiro em 9,57% da sua renda, uma pessoa que tem uma renda muito grande não contribui sequer com 2,5%, de acordo com a diretora-técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) Adriana Marcolino.

Exemplos de quanto o trabalhador vai economizar com o PL 1.087/2025

Carlos, motorista (R$ 3.500/mês): Em 2025, paga R$ 39,76 de IRPF/mês. Em 2026, pagará R$ 0,00, economizando R$ 4.170,82 no ano.

Rosa, professora (R$ 5.000/mês): Em 2025, paga R$ 312,89 de IRPF/mês. Em 2026, pagará R$ 0,00, economizando R$ 3.754,68 no ano.

João, metalúrgico (R$ 5.500/mês): Em 2025, paga R$ 436,80 de IRPF/mês. Em 2026, pagará R$ 190,48, economizando R$ 3.283,48 no ano.

Maria, enfermeira (R$ 6.500/mês): Em 2025, paga R$ 680,89 de IRPF/mês. Em 2026, pagará R$ 567,71, economizando R$ 1.508,66 no ano.

Protesto é nas ruas no 7 de setembro

Este é mais um motivo para que a população vá às ruas no 7 de setembro (domingo), Dia da Independência, para lutar pelos seus direitos, defende o secretário de Administração e Finanças da CUT Nacional, Ariovaldo de Camargo.

“Mais uma vez o Centrão e as forças de extrema direita reagem à uma pauta social importante para que a gente possa estabelecer o mínimo de justiça tributária. Infelizmente esse grupo político, de forma corporativa, para aprovar a proposta do governo, quer sacrificar ainda mais a classe trabalhadora, quer cortar gastos sociais na área da saúde, na área da educação, na área da segurança pública, ou seja, sempre o corporativismo dessas forças de extrema direita e do empresariado brasileiro tentando se sobrepor à pauta dos trabalhadores”, critica o dirigente.

"Isso fortalece ainda mais a necessidade de que a gente esteja nas ruas no dia 7 de setembro, por conta do grito dos excluídos e por conta do plebiscito nacional que os movimentos sociais, as centrais sindicais estão convocando, de que a população participe desses atos que vão estar acontecendo no Brasil inteiro e em São Paulo na Praça da República", diz Ariovaldo de Camargo.

O dirigente ressalta que a CUT faz um chamado, uma convocação à sua base social para que ela participe dessas atividades para pressionar o Congresso Nacional a aprovar a pauta dos trabalhadores. Veja abaixo onde haverá atos.

“A isenção até 5 mil reais do imposto de renda, a taxação dos super ricos a redução da jornada de trabalho sem a redução dos salários, o fim da escala 6x1, o que certamente alivia muito a condição de trabalho são as principais bandeiras do movimento sindical e do trabalho nesse período. O trabalho decente é uma pauta permanente na CUT”, conclui Ariovaldo de Camargo.

REPRODUÇÃO

Confira onde haverá atos no dia 7 de setembro (por ordem alfabética)

Aparecida/SP - concentração no porto e segue em caminhada até a basílica, a partir das 7h

Aracaju/SE - Praça da catedral metropolitana, em meio ao desfile das escolas.

Belém/ PA, Concentração às 9h na escadinha do cais do porto, seguindo em caminhada até a praça prefeitura da cidade.

Belo Horizonte/MG - Praça Raul Soares - 9h

Brasília/DF – Praça Zumbi dos Palmares – 10h

Campo Grande/MS – Cruzamento da Rua 13 de maio com Dom Aquino- 8h

Fortaleza/CE – Praia do Futuro - 8h

Goiânia/GO Praça do Trabalhador- 8h30, seguido de caminhada a partir das 9h pela Feira Hippie.

Macapá/AP – Avenida Cabral, pela manhã.

Natal/RN – Praça da Flores, Petrópolis – 9h

Porto Alegre/RS - Ponte de Pedra, Largo do Açorianos – 14h

Recife/PE - Parque 13 de maio até Praça do Carmo – 9h

Rio de Janeiro/RJ - Rua Uruguaiana com Presidente Vargas, Centro – 9h

Salvador/BA – Campo Grande – 9h

São Paulo/SP – Praça da República, 9h

Vitória/ES - concentração na Praça Portal do Príncipe às 8h30 e encerramento na Praça João Clímaco, em frente ao Palácio Anchieta.

Os locais dos atos poderão ainda ser atualizados.

 

 Fonte: CUT Nacional

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