Diversidade, Equidade de Gênero e Inclusão Social é tema de evento de Comissão Bipartite

A Comissão de Diversidade, Equidade de Gênero e Inclusão Social criada pela Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do RS (FTM/RS) e pelo Sindicato da Indústria de Máquinas e Implementos Agrícolas do RS (SIMERS) promoveu evento online na tarde desta quarta-feira (8). O objetivo era debater os temas que norteiam a comissão: diversidade, equidade de gênero e inclusão social.
Assista a live aqui.
Na abertura, o presidente da FTM-RS, Lírio Segalla destacou a importância do evento, pois o assunto é muito relevante. Ele contou como surgiu o grupo e garantiu que “em nenhum momento as entidades abrem mão de suas convicções, mas sabem que esse tema é amplo e mexe com setores importante da sociedade.”
“É, sem dúvida, um momento oportuno para o debate, para mexer com a consciência e mudar a cultura. É um primeiro e importante passo de uma longa caminhada para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e fraterna”, disse Lírio.
O presidente do Simers, Claudio Affonso Amoretti Bier também lembrou a criação da comissão e enfatizou que esse “é o primeiro evento de um tema complexo e atual que preocupa a todos, empresas e trabalhadores. Por isso, estamos juntos”.
Comissão – a Gerente de RH da Bruning Tecnometal Ltda, Rafaela Albrecht e o diretor da FTM-RS, Milton Viário apresentaram a Comissão. “A demanda de gênero é de toda a sociedade e requer uma discussão e um aprofundamento cultural em todos os setores sociais. Diante disso, se formou a comissão para que tivéssemos momentos como esse, de debate desse assunto. A intenção, hoje, é iniciar essa discussão e entendemos que precisamos estar juntos nessa caminhada.”
Já Milton lembrou que o grupo está reunindo a cerca de 60 a 90 dias e “hoje prestamos conta do trabalho oriundo de uma cláusula de gênero em nossa Convenção Coletiva.” De acordo com ele, a comissão representa um desafio de sair do lugar de sindicalista q reivindica e fiscaliza, mas trouxe um tema que perpassa as classes sociais.
“Precisamos compreender que essa diversidade é definitiva na sociedade e também dentro das empresas, porém as pessoas sofrem inúmeras discriminações. “Precisamos nos colocar neste cenário e trabalhar junto, para avançarmos e produzir um melhor ambiente de trabalho que ajuda a construir um melhor ambiente na sociedade”, declarou Milton.
Tema de todos
“Essa é uma conversa que não tem lado, não tem concorrência. Com certeza já estamos construindo um mundo melhor”, disse a Gerente de Diversidade, Equidade e Inclusão da John Deere Brasil, Daniela Pio ao falar sobre o desafio da promoção de igualdade, diversidade e inclusão nas empresas.
Daniela lembrou que existe uma lei que obriga as empresas a terem um percentual de vagas para pessoas com deficiência. “Então há alguns recortes da diversidade que há uma legislação. Porém, a população negra, de deficientes físicos, de LGBTQIA+ é muito maior e ignorar isso significa ignorar um público potencial. Além disso, diversidade é reconhecer o valor da singularidade de cada um e é justamente essa pluralidade que aumenta a capacidade de inovação das empresas”, salientou ela.
Em seguida, a Procuradora do Trabalho, Coordenadora da Coordigualdade do MPT da 4ª Região), Ana Lucia Stumpf González abordou a igualdade, diversidade e inclusão na visão do Ministério Público do Trabalho e falou sobre a atuação promocional do MPT. “Há materiais e projetos no âmbito da diversidade, a busca por meio desses projetos é conscientizar sobre a necessidade de um ambiente de trabalho diverso”, disse.
Para a Procuradora toda a sociedade adoece quando temos atitudes preconceituosas. “Combater a desigualdade faz uma sociedade melhor”. De acordo com ela, é preciso fazer um censo para diagnosticar a atual situação da diversidade no país e esses dados tem que serem usados para melhorar o cenário atual, promovendo mais inclusão.
Desafios para o próximo período
Já no encerramento, o gerente de Relações Sindicais da John Deere, Edinei Schemes, reforçou que o tema é bastante desafiador, mas que enche todos da comissão de orgulho, “pois estamos construindo um futuro melhor para nosso filhos e netos”. Segundo Edinei, as barreiras serão enormes. “Estamos iniciando um movimento que precisamos contar com a militância de todos, empresários e trabalhadores, para dar frutos e conseguirmos o desafio de mudar a consciência da sociedade”.
“Nunca havíamos tratado um tema de tanta importância social”, disse a assessora jurídica da FTM-RS, Lídia Woida. “O assunto transcende questões de empresas e trabalhadores e também não diz respeito apenas ao ambiente de trabalho, mas vai para fora dele, pois falamos sobre respeito, empatia e inclusão.” Ela acredita que a Comissão alcançou outro estágio e que há para ambas as entidades, bastante trabalho pela frente. “Temos que fazer o convencimento, mas estamos muito felizes com esse trabalho”, finalizou Lídia.
A Comissão Bipartite Diversidade, Equidade de Gênero e Inclusão Social terá um plano de trabalho para 2022.
Fonte: FTM-RS