EM DEFESA DOS EMPREGOS, DOS DIREITOS E DA NOSSA SOBERANIA

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EM DEFESA DOS EMPREGOS, DOS DIREITOS E DA NOSSA SOBERANIA

A reunião ampliada do Macrossetor da Indústria da CUT/RS, realizada na quinta-feira, 24 de julho, teve como ponto central a análise dos impactos do chamado “tarifaço de Trump” — a elevação das tarifas comerciais anunciada em 9 de julho pelo governo dos EUA, com vigência prevista a partir de 1º de agosto.

Para as lideranças sindicais presentes, é inaceitável que relações comerciais sejam utilizadas como instrumento de imposição política, ferindo a soberania do Brasil.

Os efeitos dessa medida serão profundamente danosos para a economia do Rio Grande do Sul. Estima-se que cerca de 1.100 unidades industriais do estado exportam para os EUA, empregando aproximadamente 145 mil trabalhadores e trabalhadoras. A indústria de transformação será a mais impactada: 11,2% de sua produção é destinada ao mercado norte-americano, o que representa US$ 1,8 bilhão em exportações. Segundo estimativas de entidades empresariais, o impacto imediato pode levar à demissão de mais de 22 mil trabalhadores.

Diante desse cenário de extrema gravidade, o Macrossetor da Indústria da CUT/RS delibera e encaminha as seguintes medidas:

a) Apoiar os esforços diplomáticos do Estado brasileiro para negociar com o governo dos EUA um acordo que preserve nossa soberania e reduza os prejuízos econômicos;

b) Reafirmar que os trabalhadores e trabalhadoras não podem pagar a conta por meio de demissões precipitadas utilizadas para barganhar vantagens junto ao governo brasileiro;

c) Qualquer medida de compensação — como linhas de crédito, subsídios ou fundos emergenciais — deve ter como contrapartida a manutenção dos empregos e dos salários;

d) Exigir que o governo do estado do RS construa um espaço tripartite para monitorar os impactos do tarifaço na economia gaúcha e que tome medidas concretas para apoiar as empresas e preservar os empregos;

e) Recomendamos que a CUT/RS convoque imediatamente uma reunião ampliada com as Centrais Sindicais para construir um posicionamento conjunto e uma estratégia de enfrentamento unificada;

f) Estimular os sindicatos de base a coletar informações específicas sobre os impactos em suas categorias e regiões, para qualificar a negociação e fundamentar o posicionamento público do movimento sindical;

g) Orientar que as federações do setor industrial abram canais de diálogo com o empresariado, buscando compreender a situação em profundidade e, quando possível, construir saídas conjuntas para preservar empregos;

g) Explicar aos trabalhadores e à sociedade as verdadeiras razões desse tarifaço;

i) Fortalecer o Macrossetor da Indústria da CUT/RS com uma agenda regular de reuniões e ações coordenadas, evitando a dispersão de forças e promovendo lutas unitárias;

Coordenação do Macrossetor da Indústria da CUT/RS

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