Pesquisa sobre home office na indústria é apresentada em Congresso Internacional sobre Democracia

Reprodução
Pesquisa sobre home office na indústria é apresentada em Congresso Internacional sobre Democracia

Trabalho da jornalista sindical, Rita Garrido, foi mostrado na Universidade Nacional de Rosário, na Argentina

A pesquisa "Home office na indústria: a enquete operária como ferramenta de diálogo fora do campo fabril", elaborada pela jornalista e mestranda de Ciência Política da UFRGS, Rita Garrido, foi apresentada no XIV Congresso Nacional e VII Internacional sobre Democracia da Universidade Nacional de Rosário, na Argentina. A apresentação ocorreu na segunda-feira (8) e a mesa tinha como tema geral "questões sociais e estudos trabalhistas".

"Foi uma experiência muito interessante. Existem muitas discussões atuais sobre os desafios do sindicalismo brasileiro. E a pesquisa do home office foi mais do que uma coleta da dados, foi também um processo de escuta dos trabalhadores, de participação na construção da pauta e, consequentemente, de consciência de que a representação do Sindicato é importante" declara Rita.

A iniciativa de aplicar uma pesquisa junto aos metalúrgicos/as partiu da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do RS (FTM-RS), que em conjunto com a assessoria jurídica dos Sindicatos, elaborou a enquete. Na base de Canoas e Nova Santa Rita, a aplicação ocorreu em dois momentos: em novembro de 2020 e, posteriormente após ajustes nas perguntas, em fevereiro de 2021. Para a análise da pesquisa, foram usadas apenas as respostas da segunda aplicação e o artigo foi elaborado com a orientação do professor da UFRGS, Davide Carbonei.

A pesquisa chegou a ser apresentada na mesa de negociação da campanha salarial deste ano. Com isso, o Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa garantiu que as discussões sobre o regramento da modalidade fossem realizadas por meio de Acordos Coletivos de Trabalho por fábrica, o que permite um olhar específico para a realidade dos trabalhadores das áreas administrativas. É importante ressaltar que, em razão da pandemia da Covid-19, o tema do home office foi uma grande novidade nas negociações coletivas. Para o ramo da indústria, onde majoritariamente o trabalho ocorre de forma presencial, as negociações foram um desafio para muitas categorias.

Para a jornalista, o modelo de sindicalismo brasileiro é muito complexo para quem não é do país. Por isso, o Congresso foi uma oportunidade de falar sobre a organização sindical nacional, relatar as dificuldades que as entidades de defesa dos trabalhadores enfrentam. "Principalmente diante da conjuntura política e à postura dos empresários. Além de mostrar que estamos sim buscando saídas e caminhos para uma reestruturação do movimento, a partir de uma escuta mais aproximada dos trabalhadores/as", completa.

"Acredito ser uma pesquisa que deve servir de modelo para os sindicatos. Não o questionário em si, mas a iniciativa de buscar dados e informações de forma mais aproximada das categorias", afirma Rita que defende que os Sindicatos precisam ir melhores municiados de informações sobre os trabalhadores para as mesas de negociação. "Esse processo ajuda nas tratativas e também no aspecto de identificação entre a base e o Sindicato. Então acredito que é preciso investir e se organizar a partir de ferramentas que auxiliam nessa escuta’, finalizou.

Rita é jornalista e atua no movimento sindical desde maio de 2014, quando ingressou na assessoria de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita. Ela também é jornalista do escritório Woida, Magnago, Skrebsky, Colla & Advogados Associados, que presta assessoria para entidades sindicais.

 

Fonte: FTM-RS

Pesquisar

FTMRS