Segunda Oficina De Formação Tratou Das Transformações No Mundo Do Trabalho

Essa oficina faz parte de uma pesquisa piloto que a Federação esta realizando sobre as transformações no mundo do trabalho.
Para Milton Viário, presidente da Federação, a pesquisa já deixou claro que os trabalhadores estão submetidos a um modelo de gestão baseado na pressão e na vigilância. A pressão é exercida de várias maneiras, entre as quais destaca o cumprimento de metas.
“As gerencias não se contentam nunca com os níveis de produção, sempre avaliam que se pode aumentar” , diz Milton. Além disso, em clima de alta competição, cada trabalhador passa a cobrar produção do outro. Neste sentido, as novas técnicas destróem os vínculos de solidariedade. É comum trabalhadores enfrentarem uma jornada de trabalho doentes e em sofrimento.
Milton Viário observa que neste momento de produção em alta a cobrança de metas de produção beira ao absurdo. Outra forma de pressão é a busca constante por inovação.
Além de realizar suas tarefas os trabalhadores são estimulados a inovar, sempre em beneficio da empresa. As recompensas são tão absurdas que depois de proporem sugestões que possibilitam ganhos surpreendentes para empresa, os autores da inovação são convidados a jantarem com o gerente da empresa.
O trabalho no capitalismo sempre foi vigiado.
O que muda é que as técnicas de rastreabilidade permitem que os gerentes das empresas identifiquem a hora exata de qualquer erro e o responsável. Esses sistemas tornam o ambiente de trabalho verdadeiramente hostil.
Afirma Milton Viário que aqueles que não conhecem, acabam se iludindo com o ambiente de trabalho que em várias empresas é mais higienizado e com uma aparência de participação e de democracia.
Essa realidade do mundo do trabalho precisa fazer parte do dia a dia dos sindicatos. Um dos maiores desafios do movimento sindical na atualidade é o de conectar-se com o ambiente de trabalho e lutar para democratizá-lo e reduzir os altos níveis de sofrimento.
Sem organização no local de trabalho os sindicatos no Brasil tendem a se tornar desnecessários para os trabalhadores, conclui Milton Viário.
Fonte: Assessoria FTMRS